19.2.14

QUANDO A POESIA É UMA ESPÉCIE DE SALVAÇÃO

Quatro dos meus poemas mais queridos estão no blog de poesia, tradução e crítica ESCAMANDRO

Clique AQUI e entre no meu mundo.

Agradecimentos ao estimado Guilherme Contijo Flores.

14.2.14

COMETA



Não insisto mais.
Aquele encontro virou desperdício.
Você por fora, eu por dentro.
A reprodução febril dos ratos.
O amigo que não me consola por
algum motivo estranho.
Não atendem o telefone.
Mas eu sempre insisto.
Tomo mais dois comprimidos e estou de volta.
Penso no jovem que segurou o portão
enquanto eu me distanciava do prédio.
Muitas bobagens e não decoro.
O gato que se deita na mesinha de centro.
Acabei investigando o poema sem saber o porquê.
Nem sequer o apartamento me define.
Estou sozinho nos círculos extremos.
Fecho as janelas e morro de um calor imenso.
Mas a cabeça ainda dói.
Não quero parar por aqui.
Hoje, um simples acidente na cozinha.
Eu sempre me chateio antes de você.
Se repito, a história não muda.
Tarde demais, então penso.
Cavalo longe da chuva.
Passos largos.
A distração do cometa.
Homens que não prestam.
Aquela mesma sensação imprevisível.
Não falarei sobre as sortes.
Apenas escrevo.
Manco de uma perna, dor de dente.
A gente sempre encontra uma razão.
Estou em volume interno.
Na quarta página você esquece.
Suspiro.
Nunca esteve aqui.
Nem ontem.

11.2.14

INTO THE BLUE

em dias sufocantes de muito trabalho, existencialismo fugaz e essencial, a trilha-sonora oficial perfeita é into the blue, é kylie, é eu & você na teoria.

6.2.14

A VIDA É O DOCE


no dia 26 de janeiro de 2014 eu escrevo este poema,
é domingo e a inspiração é um cachorro doido,
a programação da tv me ignora,
e não fui ao shopping por preguiça, intolerância e dissabor,
não chove na cidade,
não existe um latin lover no peito,
nem boys à espera,
nem links pornográficos perfeitos,
pois no meu curral eu sou uma vaca pastando sozinha,
e de noite as muriçocas me comem vivo,
triste fato,
a eterna compensação difícil,
o eterno tom blasé dos deuses,
ou das pessoas que você mais odeia,
então eu deito na cama e imagino
raymond radiguet nu ao meu lado,
assim como quem vê no céu um pássaro ou um avião,
e ainda tenta prolongar o orgasmo.