27.3.11

invólucro

É apenas miséria, meu bem. Comunicação interiorizada. Insisto até atingir o meu pior pedaço.

Decido neste primeiro dia de agosto rejeitar todos os papéis escritos e reafirmar uma indignação ao personagem-vida-mundo. A maquiagem dos corpos evidencia um rosto de cristal falso. Existe um eterno perigo por aí, e em nome de meu pobre nome em vão entristeço a calma utilizando a imperfeição dos dedos. Aponto uma direção contrária ao horizonte e espero que os músculos de um corpo me acolham nesta possível chegada. Um caminho de barro é o que resta: sujar os pés na busca, solidificar a destruição das farsas, magnetizar teorias, relembrar suaves e rápidos conselhos ditos por amigos de ocasião.

Restam sobras, docemente enxáguo as roupas que me enfeitam nos dias de alegoria onde somente eu posso dançar – balançando as asas que me impossibilitam a aterrissagem. Mas os mistérios de novas cidades e ruas e indivíduos não me encantam porque não há local propício neste mapa. Alguém alimenta dívidas utilizando olhos de falta, este alguém finge entender – não há inteligência.

Não mais o destino preso ao meu alcance – pensei – antes de me vestir para a noite. Antes, os supostos olhos observadores perderam a cor verde e tornaram-se olhos de inveja. Há desejo em cada objeto visto, portanto o meu amor te destrói enquanto me arrasto lentamente ao meu arranha-céu de pedra. É impossível querer mais de ti. Tu não te movimentas no decorrer da dança.

Antônio LaCarne

experimento primitivo

Taí a minha primeira manifestação num vídeo experimental. O processo foi bem simples. Trata-se apenas de um exercício de imagem: inspiração à toa que decidi me permitir.

26.3.11

a cidade, a província, a crise & a falta de inspiração

manhã de sábado, segundo dia seguido de folga, cansado (um pouco) de tudo, não quero entrar em detalhes. ontem, em plena sexta, imaginei que poderia ser legal sair, aproveitar a noite, tomar umas cervejas, dançar, mas esqueci que a província onde vivo não me proporcionaria tal prazer. o problema é que as festas daqui são bizarras, senso de bom gosto não há. momento revolta.

& numa noite dessas, abri o moleskine de uma amiga e vi: "eu não sei o que fazer da minha vida". no fundo todo mundo pensa isso, & foi um consolo saber que ela sente o mesmo, ainda que por um milésimo de segundo.

há quem possa imaginar: "eu jamais falaria sobre a minha vida pessoal em um blog", mas fazer o quê?, as coisas mais importantes & secretas eu guardo pra mim. no fim das contas ninguém é tão celebridade ao ponto de se preocupar com isso. é coisa de gente normal, que trabalha, estuda, separa o dinheirinho para as contas no fim do mês & tenta inserir um pouco de arte na própria vida.

espero ansioso a chegada de maio, aproveitar uma semana numa praia distante, sem qualquer interferência, pausa para balanço, encarar os pormenores que afetam & arrumar uma estratégia de sobrevivência. essa é a minha dica.

música do dia: psyche (massive attack)

besos,

a. l.

24.3.11

fatos, fotos, mesa de bar & mais cerveja

Okay, tempo louco, o dia de hoje tão insuportável de quente e de repente a chuva. Glória dos deuses. Pois bem, voltemos à terça, dia especial (só hoje tive tempo suficiente de parar, sentar & escrever sobre o niver da querida Rebecca).

Foi uma noite maravilhosa, a botecagem de sempre, pois não somos bobos & arrumamos desculpas para cervejas & cervejas: nosso licor que ameniza essa realidade absurda, subdesenvolvida, numa pós-modernidade que oprime.

Impenetrável.

A rasgação de seda é honesta quando digo que Rebecca é uma das pessoas mais desencanadas que conheço. Mulher que joga limpo, preto no branco & everything. Marcamos o happy hour com a presença desejada dos queridos: personagens da vida com suas nuances, traumas, qualidades estupendas, & claro, bizarrices. Um feeling de Africa United (ou não?).

Eis as fotos, a maioria em tons catastróficos - & eu acho isso bárbaro - afinal, o que é a perfeição? Quem descobrir, já pode morrer, pois viver com certos absolutismos não tem graça.

Etimologia da loura, morena & ruiva.

O trenzinho da manifestação simbólica.


Descubra qual o perigo na mesa & depois esqueça que o mundo é mundo.


Paraíso das Afrodites.


Suas unicórnias!

Mandy baby one more time.


Nossa ALMA: luz irradiando LUZ.


Girlie.



21.3.11

segunda-feira com cara de puta velha transfigurada

Eu, com a ingenuidade de quem nunca pecou (!) na vida, imaginei uma segunda cheia de fantasia, o sol sem o ar de sua graça, sorrisos ao alcance do tato e aqueles cabelos esvoaçantes da Iracema, a índia.

Pois é, triste engano, motherfuckers, segunda-feira teima em ser uma merda presa aos calcanhares (citando eu mesmo em algum texto do meu blog literário).

Pausa pro self-marketing.

Mas ao invés de cair no drama, continuo com várias coisas entaladas na garganta. Telefonei deseperado para Joana Rosa (a rosa, no caso) e desabafei sem precedentes. O resultado: cumprir o horário de trabalho e fumar um cigarro. Me salvei aos poucos.

Uma pendência "romântica" já foi resolvida & me preparo ansiosamente no planejamento de uma viagem nas férias de maio. Espero não cair na tagente.

Vai dar tudo certo, moçada linda.

& amanhã é o aniversário da querida Rebecca (que é tão paranóica & imediatista quanto eu - o que é ótimo). Será mais um momento de botecagem com presença marcada dos queridos, gente de tudo quanto é jeito, cada membro da trupe com sua dignidade e desvio de caráter específico. Não é uma delícia? Postarei fotos ao lado da Mandy (que já prometeu ir com sua meia arrastão e aquela atitude teen de fã da Britney Spears, que é característica dela).

Não beberei MUITO.

E houve boatos que eu estava na pior...

Besos,

Antônio LaCarne

Música do dia: nenhuma, porque eu não tô com saco!

20.3.11

what if i take my problem to the united nations?


Olá, aqui estou, criando o milésimo blog da vida, afinal a vida é um turbilhão de tentativas, né? Pois sim, resolvi criar este espaço para escrever, narrar, projetar, registrar & transmitir várias coisas que penso. Não se trata de Literatura, pois não há Literatura aqui. É meu caderno de rabiscos sobre os acontecimentos dos dias, conversas com amigos, situações vivenciadas & ainda não superadas, processos de verbalização que merecem algum rastro. & como uma consulta com um bom analista não é tão acessível às massas, faço deste blog uma análise comigo mesmo & com possíveis leitores -- porque na verdade blog é uma coisa chata, às vezes. (Estou confuso).

Também não é diário, pois não sou louco (o suficiente) pra detalhar a minha vida pessoal ou citar nomes de pessoas que amo -- incluindo as que odeio & as que quero que o vento parta. Meu momento revolta estará aqui, poderei expulsar sentimentos parasitas -- coisas que nem os amigos mais íntimos suportam. É como disse alguém muito importante (& morto), não lembro quem: "Fale com uma pessoa sobre ela mesma e ela irá lhe ouvir por horas". É isso, muita presunção, crise de ego, falta de educação & falsidade por aí. O esquecimento será muito bem vindo se você se encaixa em todas essas características.

Estou na fase do "não vale a pena argumentar", & de vez em quando me saboto, sim, todos se sabotam. Nos posts seguintes entrarei em detalhes. Primeiro você deve sentar, analisar bem se certas coisas merecem o seu tempo e a sua inteligência, principalmente. Vou rezar pra não cair em contradição/tentação & manter as atualizações de acordo com as novidades, portanto: querida vida, você está intimada a mostrar seu belo sorriso, & não as suas estrias, pés de galinha e gordura acumulada.

Ontem acordei numa ressaca dos diabos, mas valeu a pena. Consegui tempo pra encontrar a amiga/consultora de assuntos profundos/parceira nas conversas by phone/tiete de plantão/companheira de alma & inadaptação Joana Darc Rosa, ou Joana Rosa, como ela prefere.

Sim, nos encontramos, esperando que ninguém ousasse interromper nosso papo transcendenatal. Mas infelizmente aquelas personas sem um mínimo de educação se aproximaram, sentaram, beberam & everything. Como somos pessoas adultas, vacinadas, bem resolvidas & diplomáticas, seguimos o fluxo das coincidências bizarras & entramos no jogo. Já estávamos bêbados quando o amigo A. chegou para ser mais um membro da botecagem das sextas. Bom saber que Joana está de volta, ela foi umas das primeiras pessoas a ler & a incentivar o meu processo de escrita, principalmente nos esboços do meu primeiro livro.

& o dia seguinte, isto é, ontem, foi complicado. No trabalho, a dependência inconveniente dos hóspedes que me abordavam por qualquer razão nula, o que me fez pensar quão grande é a carência do ser humano. Conselho do dia: baby, resolva suas questões, desenhe, faça um escândalo, escreva um livro, encha a cara, porém saiba disfarçar seus dilemas, principalmente com estranhos, ninguém é obrigado a isso.

O fio da meada está por vir. Tudo aqui é mera realidade numa visão menos dadaísta. É a retratação da modernidade metálica, proveitosa, inconsequente abaixo da linha do Equador. Há pecado nisso?

Música do dia: The Words That Maketh Murder (PJ Harvey)

Besos,

Antônio LaCarne