era sábado, pois sábado é o dia mais lindo da semana e tudo é
azul e leve e misterioso e ordenadamente predisposto ao encanto. mas é que
recebi meu baby em casa para almoço, vinho, cervejinhas, o possível filme que
nunca assistimos e uns abraços apertados depois do sexo sexo sexo/amor amor
amor.
trancamos a porta do quarto, nos livramos dos pesadelos
passados, decoramos os conselhos dos amigos e demarcamos nosso espaço pois a
hora é agora – fadinhas pintadinhas de rosa se penduram em nossas orelhas.
sem pensar duas vezes, eu o observei esticar o longo corpo no
sofá enquanto eu lavava a louça, tão bem por me livrar dos barbitúricos, das
presenças obsessivas – mas afinal o lado c da história também é que:
cortei relações com a grande amiga e preciso enterrar todas
as neuras num buraco recém descoberto em agosto desse ano.
além disso não me perco, não cutuco onça, não pego emprestado
e nem me importo quando o galo não cantou tarde demais.
por 3 vezes invadimos o pecado, nos esbaldamos do mel do
melhor de nós mesmos.
eu super mereço, queridinha.
Imagem: Leah Yerpe