30.10.12

piegas but true



A inspiração poética, drástica e obscura, de repente, manteve os olhos negros sob o espaldar da cama para que eu brincasse de glória nos braços da paixão.
30 de outubro de 2012: leve dor nas costas quando pensei em você e o esplendor da memória em nossos braços enquanto o furacão sandy anoitece e molha de lágrimas as ruas de nova york antes do tempo?
É que às 7 da manhã não tenho paciência para os dramas alheios e o meu senso de comunhão simplesmente é extinto.
Confesso ser tão intenso, pois segundo os rumores, o poder do olho no olho vem aos poucos. Cruzar os braços é sempre mais fácil.
Não me cruzo e não perco você. Estamos no escurinho. Brinco enquanto é tempo e a gente chora por motivo banal.
Você vai na esquina comer um pastelzinho e eu me entupo de saudade perto dos travesseiros. A mensagem que vem no celular me enche duma percepção clara quanto ao sex appeal dos astros. O momento dos cactos, estrelas nulas e imaginação simulada sobre cimentos devem partir num trem veloz.
Você é minha floresta tropical.
Você é o desconto parcelado do meu drama que se transformou em sorte.
Beijinho no pescoço/tantas âncoras do desejo

14.10.12

nem sempre os domingos são misericordiosos

domingo:
outono-inverno de nossos medos.
é assim:
volto pra casa com uma flecha cravada ao peito. o telefone toca e você calado, parado, omisso. eu tão murcho, compensação na hora errada. personas (possíveis gralhas) que não codificam a troca de olhares, a cerveja tão quente, o ritmo apocalíptico do inferno. vou embora com o olhar fixo nos degraus dos passos. sou firme, alto e um falso tolerante. todos os celulares desligados. perguntam se tudo está plenamente vasto, pago a conta no logaritmo dos deuses, ninguém ousa compreender, pensam em mim como o temperamental sem razão, ser impenetrável de quinta.
acendo mais um cigarro, dor na garganta, você não atende o telefone pela segunda vez, sofro como um monstro, postura ereta às 5 da manhã. é que é domingo da salvação em plena selva: segundo cigarro ad infinitum no coração. dorzinha de amor em pleno outubro, o cu sujo de sangue, tentativa morgada de suicídio. wanting to die like my favorite poet. você se importa? todos somos megeras, putas, aniquiladoras de paus em riste – lambendo cada membro como numa dedicação aos números, às somas, às multiplicações do desejo.
aí sumo por uma semana e evito cena perante o cúmplice de merda – as grandiosas verdades que se descortinam DESORDENADAMENTE.

Imagem: Seonna Hong

6.10.12

tô bem, tô zen, tô gal

sou essa fera dominadora: enclausurada na savana de pedra (quando preciso cuidar dos fantasmas psicossomáticos). aí pesquiso no google o nome da ação versus reação. a resposta vem num trem descarrilado como quem exagera na cerveja e não sabe voltar atrás. ou quem dorme ao lado do telefone, ou quem cria elefantes e escreve um manifesto sobre eles.
resumão da vida para afirmar que, aparentemente, tudo está sob controle.
&
gimme all your lovin´.