28.7.11

o morro das impenetráveis uivantes


aqui jaz o limbo das conspirações, linguagem ferrenha no duelo de divas. tom maior sobre o tom pasmódico das luzes. close-up que não enriquece as entranhas (não sufoca os elos do eu sou eu, você é você).

noções de self-marketing (pois é preciso?), no entanto sacudimos nossas correntes em relação ao outro, abocanhando a (in)dignidade do outro - ângulo convexo, no caso.

somos monstros. ratazanas de bordel. abajur intolerante no centro da escuridão.

um telegrafista é maravilhosamente bem vindo. compensamos o dinheiro ralo com:

a) atenção em demasia (decodificando os fluxos do amor);
b) elogios protuberantes (o realce da cor dos teus olhos);
c) carnaval em dia santo (pois a dança é o latido dos cães modernos).

eu sou o que você quiser, baby. e não tenho vergonha.

imagem: siyu chen

20.7.11

yyy, sim, porém, não:

O destino compensa, triste desencanto diante das possibilidades. Em desacordo com o que eu havia planejado, um silêncio mortal tomou as rédeas. Desisti por um tempo de narrar, sob uma perspectiva pós-moderna, os relatos e constatações das amigas Tangerine e Clementine. Estávamos num café enquanto eu tomava nota de todos os podres e atos pitorescos dos homens sem um pingo de sex appeal. Segundo elas, a cantada ao pé da orelha se resume ao transtorno que é ser invadida durante abraços sem pegada, beijos sem sal, descontroles da ereção. Clementine é comprometida, o que lhe garante o viés de fina observadora. Já Tangerine, ela é neurótica como eu.

Sumi por um tempo do meu contato diário com F. Nossos e-mails são remédios de tarja preta que amenizam as recaídas das dores. Refletimos (ele, de Madri, eu, de Fortaleza) sobre o porquê das ciladas. Mas hoje prestarei contas da salvação momentânea, no caso.

Joana Rosa K fortalece o andar aos barrancos. Temos projetos literários, ela será minha editora, além da alegria em sabê-la como primeira fiel grande leitora.  Joana profetiza um enorme sol diante da noite sem estrelas. (Os detalhes do nosso night out é segredo, coisas simples, porém secretas).

Lady Lazarus na botecagem de terça, não compareci por desajuste, muito o que fazer, pensar, tricotar, refletir, blá blá blá.

Enquanto isso, Lalheska Lanvin me estupra um sorriso numa de suas entrevistas, quando ela pergunta: "E as influências? Além das experiências extraterrestres".

13.7.11

heartbeat


Ainda há pouco, Lady Lazarus comentou sobre nosso momento low profile. Desliguei o telefone, surpreso, inutilizado com o teor do meu choque, será? Continuei minhas obrigações, rememorei detalhes & planos para sexta. É que o tempo nunca é suficiente, como se os dias incorporassem rostos pela metade. De repente é preciso dormir, o coração hesita, as horas ditam o próximo passo, teimo em anotar planos, notas, detalhes absurdos durante o reflexo no espelho? Mimeografarei a sordidez do comportamento para depois enfatizar os custos, vitórias, derrotas, Síndrome de Estocolmo dos meus sonhos.

8.7.11

talk to me De Niro


Dear diary: decidi me desbocar por culpa do falso pudor irremediável. Acredite quem puder. Pedras rolarão, omissas. Confiança que me faz cuspir ao alcance daquele rosto indigno, medíocre, refém do pilling (como se eu não soubesse dos tais segredos de motel). Tudo isso é uma falsificação do tempo a bancar o tolo diante de nossas fuças. As mãos abusam & repelem & dividem (em partes desiguais) as cartas do nosso jogo perplexo de baralho.


Sexta, momento vamos dançar um tango: telefonar para V., manter nosso encontro de pé, afinal eu sou a onça a me cutucar com vara curta. Por hoje, nada de encarar a persona. Estou aqui, baby, aproveite esse momento sutileza & me encante com sua postura séria, calada, observadora (controlo calafrios de prazer).  Cansei das muralhas aqui, nas esquinas, nos passos longos & rápidos. 

O interessante é que estarei a beber, enquanto V. me observa cair do falso pedestal, tão lúcido & eu me desvencilhar dos planos, caindo em contradições, divagações sobre o porquê de eu sumir tanto de sua vida. Pois é, sumo, tática de vingança inofensiva. Segredo total, deixo claro. Tudo seria mais fácil se, ao invés das conversas, partíssemos para uma noite boogie, no caso.

Imagem: Robert Wilkinson

3.7.11

mixtape impenetrável

Música é uma maravilha, & os dias exigem trilha sonora. Então pedi que a amiga Maarji Castilho fizesse uma seleção de canções impenetráveis. O resultado saiu melhor do que eu esperava. Ouvi pela primeira vez num saturday afternoon & hoje compartilho com vocês, queridos leitores do blog. Tem No Porn, Grace Jones, Everything But The Girl, Fever Ray, Kate Bush, Sade, Holly Golightly.

A mixtape é curtinha, ótima pra se ouvir enquanto você lava a louça, ou arruma o quarto, ou se prepara para uma festa-botecagem-cafezinho com os amigos.
(Ou quando você está sozinho em casa, pensando na vida ou naquele amor que te levou à auto-destruição)

Chegou a hora da vingança: impenetralismo way of life.