26.4.11

sobrevivência delícia

Posso enlouquecer a qualquer momento, dear lord. Numa bela noite, domingo, com direito ao banho de chuva enquanto eu menos esperava. Roupa preta colada ao corpo, molhada ao corpo, como se eu fosse um objeto a ser poluído pela cidade. A grosseria da cidade, os olhos de fera, a má disciplina alheia que morde & me desgasta enquanto os dias de merdinha protuberam, lindos, iguais aos cus. O cigarro ao meu lado, companheiro fiel ao viés de tantas coisas que se aproximam, não sabemos o nome, ou o porquê, ou o vexame das gargalhadas. Sem um puto no bolso espero que você caia de joelhos, pois você não existe, tudo se manifesta na imaginação aqui desmascarada, igual aos que dizem que "a vida é dura pra quem é mole".

E pensar que atrás do espelho o que vivia era uma fera em lentidão.

Por causa daquele membro disfarçado
caí de joelhos &
emoldurei a roupa preta
no espaldar da vida.

Meu balé é um samba no batuque da madrugada - porém as putas enfileiradas me desmentem: não sou nada, Claudete.

5 comentários:

  1. então eu fiz da tua angústia o meu amante,

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  2. You had to sneak into my room
    'just' to read my diary
    It was just to see, just to see
    All the things you knew I'd written about you
    And so many illustrations

    I'M SO VERY SICKENED
    OH, I AM SO SICKENED NOW

    [Nós.]

    http://www.youtube.com/watch?v=0AvuweztG4Q

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  3. Cara, encontrei aqui muita coisa bacana mesmo. Sua forma de escrever vai nos tomando e envolvendo até não termos mais como escapar de ti. palavras/armadilhas.

    Fico aqui a observar de longe. querendo beber um pouco mais dessa fonte incrível!
    Um carinh meu,
    Mell

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  4. Seus textos são sempre um desabafo. A grosseria da cidade também me espera quando vou ao trabalho, ou no meu caminho de volta para casa.

    BeijooO*

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