1.5.11

insatisfação às romãs

"A literatura, como toda arte, é uma confissão de que a vida não basta"
Fernando Pessoa

nós, que validamos o orgulho, sentimos medo do grande amor que se aproxima.

primeiro dia de férias após 1 ano e 2 meses de intensa labuta, luta contra o trânsito no horário do rush, a pele desgastada, cabelo desgastado, cansaço a se esvair nos sinais de trânsito & finalmente a pausa para o balanço da realidade: clarear as idéias, antônio, você é um bom moço, as drogas já não fazem o efeito esperado, basta dar um fim & tudo recomeça, o corpo limpo, a mente a não se deixar poluir & aquela sabotagem constante finalmente desmembrada, na lata do lixo. ser livre é de uma complicação que exige amarras, punhos cerrados, homem que abandona tudo em busca de uma coisa indefinida a se transformar em outra coisa também indefinida. mas agora que superei o drama jamais revelado aqui, tudo parece tão plástico, aço inoxidável de qualquer comparação, pois não adianta comparar. ao colaborar com o crime, você interrompe uma intuição severa & depois manifesta um orgasmo. o fio da meada é o meu corpo diante do teu, enquanto desisto da farsa & caio no desbunde.

o quadrado da cama interrompe o meu sono (quando os sonhos deveriam ser em triângulos).

vida: leque em posição perpendicular à claridade cega do sol.

duas horas: tempo suficiente para amenizar os fatos & as dores.

ordem do dia: domingos merecem a salvação, & os homens, a culpa.

quem será a megera que nos pune? amiga? madrasta?



2 comentários:

  1. Obrigado pela visita lá no pensamento.
    Ainda mais obrigado por todos os elogios.

    aqui tudo incrivelmente harmonizado!! texto bem construído e bem costurado!

    um carinho meu,
    Mell

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