22.12.14

CLEYDE



- Escuta aqui, garoto: e a minha liberdade?

Das noitadas ao deus-dará (enquanto fugimos de nós mesmos) eu me tranco no teu carro feito louca alucinada e criança, morrendo de medo da Cleyde que vira e mexe passa com suas luzes vermelhas entre uma esquina e outra onde você para - enquanto desço do carro e mijo em qualquer poste.

A noite é escrava e profunda, não a compreendemos muito bem, por isso rodamos em zigue-zague procurando jovencitos no centro da cidade (o que me faz lembrar com carinho de Alejandra e seu "Los Trabajos y Las Noches"). Mas tudo o que eu quero é bater uma boa porta, me desfazer na loucura, e que você me fotografe com um efeito maravilhoso do Instagram.

Susana estava certíssima, pois "quem se aproximar de mim pra ruindade, VAI QUEBRAR A CARA".

Ainda sim zombamos das mocreias, das pretensas caricatas, das cinturas-de-ovo, e juntamos nossa graninha e força para mais um round entre vida, escuridão e gargalhadas ad infinitum.

Então eu me pergunto: até quando a Cleyde irá nos rondar? (tipo Telma & Louise, ambas defasadas).

Né? 

É.


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