2.8.13

DOC TXT MODERNO

simplesmente o caos ad eternum. expressão latina do homem latin lover que ainda não te ama, pois no meu quarto eu brinco de amarelinha com os deuses. imagino então cindy, que mora além-mar e que seria tão interessante se compartilhássemos uma bebedeira de vez em quando. escrevi um e-mail do coração sobre a cidade, a fumaça, e as más companhias. ela concordou, disse que se sente subestimada e que enfrenta problemas com a noite e com os fantasmas uó das pessoas: auto-referências, crises de ego, estrelismos, etc. cansaço de quem vê a decadência alheia e que se recusa a ser plateia de tal showzinho freak dos fracos, oh lord. eu me pergunto: eles dormem tranquilos ao encostar a cabeça ao travesseiro? fato: sabemos a resposta – inclusive você.


a existência é tão frustrante, tão mesquinha, o despertador da vida clama, o trabalho te espera, as luzes do trânsito, as personas certas, as erradas, as noites de zé ninguém, as estrelas no céu, você sozinho e vazio no apartamento também vazio, dias e tardes e noites que engolem o teu buraco negro. esqueça tudo, seja egoísta, banque sua própria diva em potencial, seja piedoso com os animais, não force a barra, nem faça a íntima – as pessoas percebem e isso não é cool.


em 1992 eu queria existir com a cabeça de hoje e dançar deeper and deeper até que os calos me dominassem os pés. “a teus pés” da ana cristina cesar sempre me acompanha na bolsa, é uma espécie de amuleto contra as superbarras do inferno cotidiano. o sexo, as entranhas, você encolhido na loucura. a moda que é se fazer de doida. nossos peixes no aquário sujo. “salão chinês” que aos poucos precisa dar o ar da graça. contudo, você não deveria engordar sua raiva contra quem ao redor não te acha incrível. mais uma vez e repito: tudo está completamente desprotegido. os olhos ainda são telhas de vidro. mas hoje, pela primeira vez, tomei um comprimido de diazepam. sente só o feeling.


10 comentários:

  1. Bela crônica da banalidade. Entremeada dessa fotos interessantes (essa da revista são sempre interessante,belo banheiro (rs...)). Obrigado amigo do nome bonito e sugestivo, Antônio LaCarne.

    http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

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  2. Antônio, você é mesmo LaCarne ou é nome de guerra?...:-)
    Venho agradecer-lhe a sua visita e comentário no meu blog.Obrigada.
    Gostei deste texto acerca do inferno do quotidiano (que no Brasil se escreve cotidiano), numa escrita em rédea livre.
    Também achei originais as suas fotos; muito pessoais.
    William Blake....? Um poeta muito interessante, sobretudo tendo em conta a sua época.
    Fique bem.

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  3. O mais interessante das suas crônicas é que, além de muito bem escritas, há sempre o mistério de não saber onde acaba a realidade e onde começa o devaneio.

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  4. você é tão moderno, antônio! não sei se isso vai soar como elogio, mas quando digo, penso em algo como elogio, como fã que sou do seu trabalho.

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  5. Me deixando confuso como sempre, aquela mesma sensação de ter entendido e continuar me questionando se é realmente o que eu entendi o que você quis dizer. Isso é muito foda! De forma positiva, claro.

    A foto do banheiro foi icônica.

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  6. Gostei de sua crônica! Parece uma sequência de pensamentos e considerações sobre seu cotidiano mais íntimo, tal qual aqueles momentos que paramos para pensar sobre nossas vidas, questionamos a respeito de vários aspectos das mesmas, tentamos encarar a realidade que nos cerca e que nos confronta.. e estes pensamentos, convergem todos a um emaranhado de reflexões entrelaçadas!.. Muito interessante ^^

    Um abraço

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  7. Excelente, Antônio!
    Gostei bastante do seu blog...

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  8. Pensando aqui...nem precisa ler uma linha tua pra saber que Blake combina contigo.

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  9. devo admitir que é você por causa das fotos? notei um certo quê deprê no texto. e é estranho como os seus contos (crônicas?) são tão modernos ao tratar da vida banal.

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