10.1.14

SAID THE POET TO THE ANALYST

*Minha tradução livre de um dos meus poemas favoritos de Anne Sexton - essa mulher que me encanta e assombra.




DISSE A POETA AO ANALISTA

O meu interesse é a palavra. Palavras são como rótulos,
ou moedas, ou melhor, como enxames de abelhas.
Confesso sofrer pela origem das coisas;
como se as palavras fossem contadas iguais às abelhas mortas num sótão,
desprendidas de seus olhos amarelos e de suas asas secas.
Sempre acabo por esquecer como uma palavra é capaz de escolher
outra palavra, de educá-la, até que eu tenha algo a ser dito...
mas que não o disse.

O seu interesse é observar as minhas palavras. Mas eu
nada admito. Dou o melhor de mim, por exemplo,
quando escrevo um elogio à uma máquina de níqueis,
naquela noite em Nevada: narrando como a grande sorte
estalou os três sinos sobre a tela vencedora.
Mas se você disser que isso é algo que não o é,
eu enfraquecerei, recordando como minhas mãos soaram engraçadas
e ridículas e repletas 
de crença no dinheiro.



SAID THE POET TO THE ANALYST

My business is words. Words are like labels,
or coins, or better, like swarming bees 
I confess I am only broken by the sources of things; 
as if words were counted like dead bees in the attic, 
unbuckled from their yellow eyes and their dry wings. 
I must always forget who one words is able to pick 
out another, to manner another, until I have got 
somethhing I might have said… 
but did not. 

Your business is watching my words. But I 
admit nothing. I worth with my best, for instances, 
when I can write my praise for a nickel machine, 
that one night in Nevada: telling how the magic jackpot 
came clacking three bells out, over the lucky screen. 
But if you should say this is something it is not, 
then I grow weak, remembering how my hands felt funny 
and ridiculous and crowded with all 
the believing money. 

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