no dia 26 de janeiro de 2014 eu escrevo este poema,
é
domingo e a inspiração é um cachorro doido,
a
programação da tv me ignora,
e
não fui ao shopping por preguiça, intolerância e dissabor,
não
chove na cidade,
não
existe um latin lover no peito,
nem
boys à espera,
nem
links pornográficos perfeitos,
pois
no meu curral eu sou uma vaca pastando sozinha,
e
de noite as muriçocas me comem vivo,
triste
fato,
a
eterna compensação difícil,
o
eterno tom blasé dos deuses,
ou
das pessoas que você mais odeia,
então
eu deito na cama e imagino
raymond
radiguet nu ao meu lado,
assim
como quem vê no céu um pássaro ou um avião,
e
ainda tenta prolongar o orgasmo.
Eu apenas a-do-ro essa sinceridade,cara!
ResponderExcluirC'est la vie!
Eu abraço tua visceralidade e teu ser exposto.
ResponderExcluir"pois no meu curral eu sou uma vaca pastando sozinha", adorei isso rs...não lembro deste domingo, mas devia estar a mercê da programação da tv aberta, mas tu descreves com uma precisão cirurgica as dores desse dia - diria um titã: domingo eu quero ver domingo acabar. E tenho de aturar' o eterno tom blasé dos deuses'. Caro LaCarne, preciso vir mais aqui, teu texto é inspirador.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
eu tive que ler esse poema pra me dar conta de que foi o primeiro ano em que não teve chuva no meu aniversário - pelo que me lembro, assim
ResponderExcluiré banal, mas a chuva não é banal, ficar velha também não, nem as vacas que pastam nem os orgasmos que se prolongam.
Excelente. Uma alma exposta num monótono domingo.
ResponderExcluirxx
Uma baiana entediada, na solidão dessa madrugada de domingo, te encontra por acaso em meio a tantos títulos de blogs e se sente tentada a conhecer esse ser impenetravel e simplesmente se encanta. Teu blog é nu e cru menino. Parabéns!
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