Eu
poderia começar este texto assim:
Lendo
e relendo a obra poética de Ana Cristina Cesar, eu tento decifrar o mapa
circunstancial da palavra-registro, do registro que se revela pela metade, do
relato íntimo através de cartas; e de uma espécie de confidência sem ritmo que oscila entre a realidade confessional
e a literária. Como ela mesma escreveu em “Correspondência
Completa”, livreto composto por uma única carta em edição artesanal de
1979: “Fica difícil fazer literatura
tendo Gil como leitor. Ele lê para desvendar mistérios e faz perguntas
capciosas, pensando que cada verso oculta sintomas, segredos biográficos. Não
perdoa o hermetismo. Não se confessa os próprios sentimentos. Já Mary me lê
toda como literatura pura, e não entende as referências diretas”.
Mas
não, só preciso manter o registro de que Ana C. é minha poeta brasileira favorita. “A Teus Pés” é a bíblia dos meus dias, o
meu livro-consolação/obsessão, o conforto para o vale de lágrimas, o diamante
mais brilhante da cabeceira.
Mas
Ana, querida, você está certa e errada ao mesmo tempo. Cedo ou tarde precisamos
sim confessar nossos sentimentos. E o hermetismo é uma faca de dois gumes,
afinal há anos não acredito em verdades universais.
30
anos após sua morte, eu me compadeço das minhas feridas e das tuas, como um
simples camponês servil que ritualiza o silêncio no peito na hora do rush dessa
terrível cidade.
Estou descobrindo ela aos poucos! Simplesmente fenomenal!
ResponderExcluirGostei do seu espaço. Estou te seguindo!
http://mardeletras2010.blogspot.com.br/2013/12/tudo-que-e-solido.html
Os bons vão logo...
ResponderExcluirPara a minha vergonha, não conhecia a poetisa.
ResponderExcluirA TEUS PÉS É UMA OBRA SENSACIONAL E INDISPENSÁVEL.
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