sons
de carros bufando seus gases, rumores tóxicos, notas musicais da regra animália
enquanto indivíduos; & nós, os fracos, sim – transpiramos a tal
vontadezinha de esplendor que nos alimenta enquanto ensaiamos um ai em prazer omisso, sempre omisso.
deixo
você me morder por inteiro durante o meu breakfast da boa conduta. decoro meus
lábios & cílios num tango argentino de mero desesperado – as tuas cartas de
amor se extraviam & desaprendi as
regras do ofício como quem se contenta com material pornográfico.
acelero
os passos, encurto os corredores, lavo a louça quando é preciso & dou o meu
melhor no momento “vamos guardar o arroz na geladeira”. é que ainda sinto uma
tensão de fios elétricos quando ele me abandona & descobre novos ares, como
se o meu grito, enfim, o organizasse perfeitamente na vida.
sucumbo
pela falta de dinheiro & ascensão.
ele,
o trágico amor descalço, é um filho insensato que não respeita conselhos de
mãe, madrasta, meretriz. & ainda me perguntam sobre as foices do destino.
as foices do destino descosturando flores enquanto caio de quatro na calçada.
katherine
surgiu com olhos de lebre & desmarcou nosso encontro, pois quis favorecer
outras conquistas. roí as unhas até o sabugo numa espécie de ânsia que
empalidece as aventuras de uma puta fantasiada de lady. acabei forçando a barra
& não permitindo que eles – oh doces inimigos – virassem de costas, amáveis
diante do tal palco imaginário, pois sou um trabalhador braçal inserido na
multidão de artistas & publicitários de merda.
hoffman
telefonou & marcamos jantar. em duas horas estaríamos cara a cara &
inundados num silêncio de cão. banquei o herói & fingi inúmeros
descontroles emocionais que ele tanto gosta. ele não sabe que os solavancos da
vida nos enchem de uma esperança mumificada. a minha liberdade é para ele mera
obsessão pelo zodíaco & afins. não puxo assunto enquanto me entupo de um
peixe à delícia meia boca. a noite se desfaz sem sucessos & me contento com
mais uma cerveja geladíssima.
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