aí
eu não quis envelhecer mais alguns anos,
nem
contemplar a mesma fuga (válvula de escape),
pequena
dose de amor que você deixou secar ao sol por culpa de algum erro, noitada,
drogas, lance obscuro, carinha de anjo suspenso,
é
que você trancou as portas e eu me cansei do mundinho
como
no filme em que a balzaquiana quis desistir de tudo enquanto lavava os pratos,
molhava as plantas, caía adormecida no sofá,
faltaram
plumas, mistérios,
organização
das roupas íntimas, ressaca ao entardecer, relações cortadas,
o
vento numa desarmonia que desajustou a cabeça, os cachos,
o filme noir,
whitman
whitman whitman que me deixa mais louco na transversal,
o
ódio platônico,
o
jeans que tem caída melhor nele do que em mim,
grana
guardada no bolso, a reação íntima, intimidade procrastinada,
sexo
entre cavalos do mesmo naipe e eu ainda preciso muito que você seja
uma
pessoa sozinha,
relevante
no mundo,
deixando
alguma história após a morte,
caindo
de quatro enquanto é tempo, forçando a barra,
pois
a gente nunca consegue se libertar de uma determinada pessoa,
a
pessoa em questão,
você
sabe o nome e pensa e vive quase eternamente,
pois
o mundo é nosso pequeno segredo filho da puta,
sexo
monocromático que não teve estampas,
apenas lantejoulas.
Imagem: Lorella Peleni
Está parecendo que ele (ou ela?) quer menos passividade do companheiro (?). Sei lá. Deu essa impressão.
ResponderExcluirA.D.O.R.E.I
ResponderExcluirSobre as ultimas palavras d post me fez lembra de uma frase "A vida é uma puta velha que vi sem os dentes".
Imagem incrível!
Gostei do blog. Parabéns!
ResponderExcluirMuito foda, melhor texto seu, na minha opinião.
ResponderExcluirNão sei se estavas em aflição mas seu texto transmitiu isso para mim. Uma pressão. Imagino você sendo sufocado por esses pensamentos...
ResponderExcluirBelas palavras,
Abraços.
Querido LaCarne, viva Whitman, viva teu texto...com uma pequena dose de amor, quem sabe deixando alguma história após a morte...um post perturbador, só para variar rs. LaCarne me confundo e me encontro ao mesmo tempo quando estou aqui...nos posts passados que não comentei, mas li, adorei encontrar novamente Ana Cristina Cesar, minha poeta do coração, da mente e de cabeceira.
ResponderExcluirps. Meu carinho meu respeito minha admiração e meu abraço.
Muito bom, como sempre. :)
ResponderExcluirFiquei cá pensando um monte na "carinha de anjo suspenso". Tive até que parar de ler, pois a imagem foi muito forte; tive que dar um tempo pra ler até o fim. Bom isso, né?
ResponderExcluirExtasiante como sempre!
ResponderExcluirEntro aqui e saio inspirado!
muito bom!
ResponderExcluircoisa de profissional...
todos vocês são uns queridos.
ResponderExcluirGente...
ResponderExcluirTu me entusiasma sabia?!
Vou escrever pensando em ti no meu próximo post!