simplesmente o caos ad
eternum. expressão latina do homem latin
lover que ainda não te ama, pois no meu quarto eu brinco de amarelinha com
os deuses. imagino então cindy, que mora além-mar e que seria tão interessante
se compartilhássemos uma bebedeira de vez em quando. escrevi um e-mail do
coração sobre a cidade, a fumaça, e as más companhias. ela concordou, disse que
se sente subestimada e que enfrenta problemas com a noite e com os fantasmas uó
das pessoas: auto-referências, crises de ego, estrelismos, etc. cansaço de quem
vê a decadência alheia e que se recusa a ser plateia de tal showzinho freak dos
fracos, oh lord. eu me pergunto: eles dormem tranquilos ao encostar a cabeça ao
travesseiro? fato: sabemos a resposta – inclusive você.
a existência é tão
frustrante, tão mesquinha, o despertador da vida clama, o trabalho te espera,
as luzes do trânsito, as personas certas, as erradas, as noites de zé ninguém,
as estrelas no céu, você sozinho e vazio no apartamento também vazio, dias e
tardes e noites que engolem o teu buraco negro. esqueça tudo, seja egoísta, banque
sua própria diva em potencial, seja piedoso com os animais, não force a barra,
nem faça a íntima – as pessoas percebem e isso não é cool.
em 1992 eu queria existir com a cabeça de hoje e dançar
deeper and deeper até que os calos me dominassem os pés. “a teus pés” da ana cristina
cesar sempre me acompanha na bolsa, é uma espécie de amuleto contra as
superbarras do inferno cotidiano. o sexo, as entranhas, você encolhido na
loucura. a moda que é se fazer de doida. nossos peixes no aquário sujo. “salão
chinês” que aos poucos precisa dar o ar da graça. contudo, você não deveria
engordar sua raiva contra quem ao redor não te acha incrível. mais uma vez e
repito: tudo está completamente desprotegido. os olhos ainda são telhas de
vidro. mas hoje, pela primeira vez, tomei um comprimido de diazepam. sente
só o feeling.
Bela crônica da banalidade. Entremeada dessa fotos interessantes (essa da revista são sempre interessante,belo banheiro (rs...)). Obrigado amigo do nome bonito e sugestivo, Antônio LaCarne.
ResponderExcluirhttp://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/
Antônio, você é mesmo LaCarne ou é nome de guerra?...:-)
ResponderExcluirVenho agradecer-lhe a sua visita e comentário no meu blog.Obrigada.
Gostei deste texto acerca do inferno do quotidiano (que no Brasil se escreve cotidiano), numa escrita em rédea livre.
Também achei originais as suas fotos; muito pessoais.
William Blake....? Um poeta muito interessante, sobretudo tendo em conta a sua época.
Fique bem.
O mais interessante das suas crônicas é que, além de muito bem escritas, há sempre o mistério de não saber onde acaba a realidade e onde começa o devaneio.
ResponderExcluirvocê é tão moderno, antônio! não sei se isso vai soar como elogio, mas quando digo, penso em algo como elogio, como fã que sou do seu trabalho.
ResponderExcluirMe deixando confuso como sempre, aquela mesma sensação de ter entendido e continuar me questionando se é realmente o que eu entendi o que você quis dizer. Isso é muito foda! De forma positiva, claro.
ResponderExcluirA foto do banheiro foi icônica.
Gostei de sua crônica! Parece uma sequência de pensamentos e considerações sobre seu cotidiano mais íntimo, tal qual aqueles momentos que paramos para pensar sobre nossas vidas, questionamos a respeito de vários aspectos das mesmas, tentamos encarar a realidade que nos cerca e que nos confronta.. e estes pensamentos, convergem todos a um emaranhado de reflexões entrelaçadas!.. Muito interessante ^^
ResponderExcluirUm abraço
Excelente, Antônio!
ResponderExcluirGostei bastante do seu blog...
Pensando aqui...nem precisa ler uma linha tua pra saber que Blake combina contigo.
ResponderExcluirdevo admitir que é você por causa das fotos? notei um certo quê deprê no texto. e é estranho como os seus contos (crônicas?) são tão modernos ao tratar da vida banal.
ResponderExcluirImagens escandalosamente belas ;)
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