Não consigo largar os cigarros. Caio em tentação após cada baforada. Penso na vida e eis uma verdade: nem mesmo eu consigo me levar a sério anymore. E isso faz parte dos planos de sobrevivência – sem que eu perceba? – pois já não me importo com os solavancos do destino que, por mais que se tente, não mostra as garras, e sim mar calmo, azul, pacífico. Não é por afronta ou vingança que os meus diários conspiram a favor de um insight versus tom blasé, numa mistura de códigos e suspeitas. Meu coração já não é uma arma. O tempo passa e é preciso organizar as horas, os papéis amontoados, as fotografias, separar o joio do trigo, escrever cartas, encarar o rosto no espelho, planejar viagens, cumprir as obrigações dos dias, ler, lavar os pratos, cruzar engarrafamentos, superar os traumas de infância, enxergar de perto o amor que se tornou fragmentado etc.
Imagem: Geraldine Kang
E no fim das contas não é tudo o que nos resta a fazer: super os traumas de infância, get over ourselves?
ResponderExcluirlindo =**
Não se perturbe, tantas pequenas coisas a gente não consegue largar...
ResponderExcluirao contrário... nos predominam,
Bjkas
Tão eu. A parte dos cigarros também. Dizem que ter força de vontade é o melhor remédio, mas desconfio de tudo que dizem ser rápido e ter solução milagrosa. Talvez apenas o esquecimento.
ResponderExcluir"Penso na vida e eis uma verdade: nem mesmo eu consigo me levar a sério anymore." tbm estou nessa.
ResponderExcluirMas, larga esse cigarro, gato! Nada que tenha aquele cheiro horrível pode ser bom..
E.. planejar viagens?! Isso não é obrigação! ¬¬ hahaha Invejinha...
=*
O ser humano é feito de muitas coisas que se adquirem e se perdem ao longo da vida.
ResponderExcluirAprendemos a comer e a falar
Aprendemos a controlar as nossas palavras e a fazer explodir as nossas fúrias.
Fomos ganhando formas que aceitamos e de que gostámos,entortando os cabelos mais à esquerda ou mais para cima, vestindo roupas mais claras ou mais discretas.
Os vícios foram uma sequência de uma sociedade onde vivemos.
Fuma quem quer e tem dinheiro para o fazer...
Também fumei e pensava que seria a mina sina até morrer.
Um dia parei. A única coisa que me prometi foi a de nunca mais comprar cigarros nem pedi-los ou aceitá-los de alguém.
2002 fica distante e a vontade ainda me habita. Cada dia que passa sinto e vivo a vitória de ter conseguido estes anos sem fraquejar.
Agradeço a todos pela força que me deram.
Caramba...muito bom seu texto, você misturou de uma ótima forma tantas coisas complicadas que nos assombram dia após dia...muito bom!!
ResponderExcluirAh, e qdo largar o cigarro, me diga como fez! rsrs
[]ss
Boa tarde...penso ser muito triste so descobrirmos quem somos e o que podemos fazer quando ja estamos com o pé na cova...Sim, pois as maiorias, e digo maioria porque é mesmo, se descobre e se reinventa, muda seu estilo por conta propria, vicios e habitos, costumes e vontades, desejos de liberdade, somente quando atinge a maioridade, terceira idade...Incrivel, mas acredite...pura verdade!! Então, vira adolescente, usa tenis, camiseta, calcinha fio dental, faz rolinhos no cabelo e ate resolve fumar um baseado por conta do cancer...Pura verdade!! Enfim, é a nossa realidade, do animal racional...dualidade na terceira idade....Fatal!! Simone deixa aqui bjinhos pra ti e um Feliz Ano Novo repleto de felicidade e sem maldade!!
ResponderExcluirconsegui largar todos os vícios que tinha, a bebida, a marijuana, menos o cigarro. acho que exatamente por ter essa lista enormes de coisas me esperando na vida, simplesmente não consigo.
ResponderExcluiradorei seu texto.
http://www.citacoesecia.blogspot.com/
Sério? Rs... adorei saber =)
ResponderExcluirque layout charmoso!
Quando o coração deixou de ser arma, o cotidiano segue seu natural (ou não) caminho.
ResponderExcluirBjs.
Acontece o mesmo comigo, só que não fumo, não consigo é libertar-me da desorganização mental que me fere o tempo.
ResponderExcluirUm abraço dum 2012 esplendoroso :-)
Deveras criativo. Adorei! Beijos.
ResponderExcluirRealmente a vida nos vem calma, nem desconfiamos que mais cedo ou mais tarde suas garras vão sair dos dedos que hoje nos acariciam! Rsrs, ahh, feliz 2012 pra ti!
ResponderExcluirO tempo passa e, para não sermos atropelados por ele, temos que buscar a leveza, a tranquilidade e a simplicidade das coisas.
ResponderExcluirQue texto bonito!
Senti como se tivesse lendo um livro de um escritor famoso. Nossa, você escreve bem demais! :)
ResponderExcluirComo vai moço? Feliz 2012 inspirador. abs
ResponderExcluirResumindo: é bom viver apesar de todos os blecautes.
ResponderExcluirPare de fumar!
rs
Feliz 2012,
Seu texto hoje é uma verdade em grito.Um beijo Toninho.
ResponderExcluirVim aqui outro dia no momento de processo de respirar um quase fim de um relacionamento de amor e construção. Achei esse post que me ajudou. Brigado por jogar essas e outras coisas no mundo. Tô baixando o disco da postagem anterior. ;)
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