DISSE A POETA AO ANALISTA
O
meu interesse é a palavra. Palavras são como rótulos,
ou
moedas, ou melhor, como enxames de abelhas.
Confesso
sofrer pela origem das coisas;
como
se as palavras fossem contadas iguais às abelhas mortas num sótão,
desprendidas
de seus olhos amarelos e de suas asas secas.
Sempre
acabo por esquecer como uma palavra é capaz de escolher
outra
palavra, de educá-la, até que eu tenha algo a ser dito...
mas
que não o disse.
O
seu interesse é observar as minhas palavras. Mas eu
nada
admito. Dou o melhor de mim, por exemplo,
quando
escrevo um elogio à uma máquina de níqueis,
naquela
noite em Nevada: narrando como a grande sorte
estalou
os três sinos sobre a tela vencedora.
Mas
se você disser que isso é algo que não o é,
eu
enfraquecerei, recordando como minhas mãos soaram engraçadas
e
ridículas e repletas
de crença no dinheiro.
SAID THE POET TO THE ANALYST
My business is words. Words
are like labels,
or coins, or better, like swarming bees
I confess I am only broken by the sources of things;
as if words were counted like dead bees in the attic,
unbuckled from their yellow eyes and their dry wings.
I must always forget who one words is able to pick
out another, to manner another, until I have got
somethhing I might have said…
but did not.
or coins, or better, like swarming bees
I confess I am only broken by the sources of things;
as if words were counted like dead bees in the attic,
unbuckled from their yellow eyes and their dry wings.
I must always forget who one words is able to pick
out another, to manner another, until I have got
somethhing I might have said…
but did not.
Your business is watching my words. But I
admit nothing. I worth with my best, for instances,
when I can write my praise for a nickel machine,
that one night in Nevada: telling how the magic jackpot
came clacking three bells out, over the lucky screen.
But if you should say this is something it is not,
then I grow weak, remembering how my hands felt funny
and ridiculous and crowded with all
the believing money.
Magnifica, igual a você!
ResponderExcluirMinha nossa! Fantástica!
ResponderExcluirAnne Sexton é uma poetisa querida, poucas pessoas que conheço sabem de sua existência. E este poema é realmente um dos mais encantadores dela.
ResponderExcluirFique em paz, Antônio.
Amanda.
"Os suicidas tinham razão" (C.D.A)
ResponderExcluirAlô, atualiza aqui!!! :*
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