Em pleno domingo febril,
preso às masmorras do meu castelo íntimo, me deparei com uma dica de filme subversivo feita pelo Sam Drade. O
Sam tem o blog Dadagaio, que é uma
puta referência no quesito filmes que você deve assistir para curar a
ressaca da sua/nossa vidinha medíocre. Ele assina suas mini-resenhas da
forma mais despretensiosa do mundo (sem aquela babaquice de querer soar
inteligente).
Pois bem, O Fantasma é uma produção portuguesa de
2000. É o primeiro longa do diretor João
Pedro Rodrigues. A obra em si possui aquela atmosfera de submundo das
grandes metrópoles. O que acontece por debaixo dos panos. As taras irremediáveis,
o descontrole autodestrutivo do personagem principal em busca de algo que nem ele,
e muito menos nós, podemos definir.
Sexo, muito sexo.
Sérgio,
vivido por Ricardo Meneses, é um
coletor de lixo que mora numa pensão de quinta e que mantém uma vida sexual
desregrada com homens dos mais diferentes tipos. Ele é um jovem mancebo que
transpira recusa e resistência à tudo o que o cerca, como se não conspirasse a
favor do seu próprio jogo/desejo.
O filme é cru, sem a
tal pitada artsy que os cineastas que retratam a realidade gay insistem em tomar
como ponto de partida (o que é ótimo). Há cenas altamente excitantes que
envolvem nudismo, os famosos banheirões (com direito a sexo oral explícito),
boys no chuveiro, sunga molhada – além daquela fantasia de látex colada ao
corpo que muitos de nós não resistimos.
O desenrolar do
personagem se limita principalmente à satisfação sexual, até que tal atitude se
transforma num jogo/tara fora de controle. O tal parceiro frívolo – de uma
noite qualquer de sexo casual – passa a ser a vítima que ele encontrou para se
perder ainda mais.
Sérgio é um fantasma no
corpo de um homem. Não seríamos nós também fantasmas?
O
Fantasma é um filme independente que competiu no Festival de Cinema Internacional de Veneza.
Venceu na categoria de melhor filme no Festival
de Cinema Gay e Lésbico e Nova York, e no Festival de Cinema de Entrevues.
João
Pedro Rodrigues é a sensação do momento na minha top
list cinematrográfica/obsessiva.
adoreeeei seu post, amei a parte do fantasma no corpo de um homem, que sensibilidade!!!
ResponderExcluirquero mais comentários seus sobre filmes ,DDD
fiquei com super vontade de assistir, onde baixa?
ResponderExcluir"As taras irremediáveis, o descontrole autodestrutivo do personagem principal em busca de algo que nem ele, e muito menos nós, podemos definir." - até isso aí, me descreveu. Fora isso, não mais. Até porque não sou lá a maior fã de sexo casual, e porque gosto de meninas rs
ResponderExcluirVerei o filme sim, Antônio, porque cinema de qualidade nunca é demais!
Meu caríssimo LaCarne, que bela surpresa encontrar este post falando desse filme...incrivel, eu já assisti há muito tempo e na verdade fiquei tão chocado (ou excitado? rs) que não tive como classificar na minha lista de filmes rs nem o que dizer, mas passado este tempo, fazem alguns anos, e tu me libertas deste conflito, finalmente preencheu um vácuo cinematográfico em minha vida rs, as palavras que não encontrei pra definir este filme. Parabéns, tue escrita é sempre afiada e afinada.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Ahh, ja quero assistir *-*
ResponderExcluirmuito curioso pra ver esse filme.
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