bliss na cabeceira enquanto
katherine mansfield se finge de morta. assim observo o mundo, eu e meus olhos
de pavão. o que me faz crer que todos os dias são terrivelmente estranhos e
todas as pessoas do mundo estão um pouco mortas. então me pergunto qual o
segredo dos homens que não nos amam. o segredo dos homens que não nos fodem.
aí uma amiga (também
neurótica e absurda) disse que quando você desiste de tudo é que tudo acontece.
aí o corporativismo da vida é uma faca de dois gumes: preciso muito que você me convide novamente pro cinema e segure minha
mão na hora exata.
por exemplo, eu fico
passado quando algumas pessoas (porque são sempre algumas) levam essa cidade à
sério demais. eu me pergunto se essa gente não luta contra as barras e superbarras
da existência; se essa galera não entende a realidade animalesca na qual você e
eu se encaixam (e se complementam).
nós e nossa puta
vidinha. e a falta de louça e roupa suja pra lavar.
então você afirma
categoricamente que eu não transo o quanto deveria (lógico) – o que é a mais
pura verdade; pois pessoas sexualmente
ativas são tranquilas e de boa, não é mesmo? mas o lance da coisa é se transar, entendeu? afinal, situações
desesperadoras exigem medidas desesperadoras.
esse é o meu desespero:
cansado de tanto sol e chuva e dos transtornos de personalidade borderline de
plantão.
é neguinho forjando
relevância quando o mundo não está legal, quando tudo (mais uma vez e repito)
está completamente desprotegido.
por isso sigo forçando
a barra e fazendo desse blogspot o meu poço de obsessão, terror e glória. uma mera
desculpa para a ausência de orgasmos.
Imagem: Erik Thorsandberg
Amo essa sua veia cínico-irônica, acompanho aqui e via face...me lembra tanto aquela coisa escrachada a meio caminho entre Hilda e Caio...Obrigada pelos textos!
ResponderExcluirtinha acabado de checar e nada, e entao meu feed deu um up! já quis katherine mansfield mas me contentei com virginia e marguerite duras (que tenho tido vontade de reler - o amante).
ResponderExcluirtbm acho que quando menos queremos tudo acontece, menos quando vc espera que isso aconteça - estou quase no fundo do buraco da toca e sl, nada acontece. será que devo perder as esperanças? nao.
observação: "realidade animalesca na qual você e eu se encaixam (e se complementam)." eu trocaria a conjugação para a primeira pessoa do plural, nao sei se foi proposital, mas ficaria mais natural, qq vc acha?
largando a gramatica, aquele ponto da vida em que tudo parece uma eterna mesma encruzilhada, em que nao se escolhe e a encruzilhada segue sempre a nossa frente: apenas nos cansamos de andar sem escolher para onde seguir.
espero escolher um bom caminho, em breve, e que vc escolha tbm
se quando desistimos de tudo, tudo acontece, me vejo, como quase sempre, exceção a regra.
ResponderExcluiragora, falta de roupa, louça, sexo, carpir ou um cancer terminal, sempre me pareceram as desculpas e falatórios mais insensiveis e conformistas do mundo.
um abraço, ótimo, como sempre!
primeiro passo para o absurdo.
ResponderExcluirQuerido LaCarne é um bálsamo por ler este blog, neste mundinho de tudo e nada...de alguma forma consigo ver nas entrelinhas ou nas frases até, um Jair perdido de mim do mundo da gramática. Acabo de descobrir que nos momentos mais foda dos meus sentimentos/atos/agora ler teus escritos não me confortam, mas aguçam mais minha vontade ver/ter/sonhar e acordar amanhã. Obrigado.
ResponderExcluirps. carinho respeito abraço
obrigado pelas palavras e pela sensação que o texto causou em você, jair. é uma honra.
Excluirorgasmo literário.
ResponderExcluirPra mim já bastariam as "super barras da existência". Com todo o resto, estou no lucro. Parabéns! Abraços.
ResponderExcluiraaaaaaaaaaaaadorei seu blog, adorei o jeito como você escreve aqui! HUAHAU
ResponderExcluir:* voltarei mais vezes.
Cada um goza a vida como pode, não é mesmo?! Rsrsrs...
ResponderExcluirBjos