24.3.13

Clodie Vasli: De Passagem


A alegria não poderia ser maior em plena sexta-feira fatídica, quando finalmente pude ter em mãos o primeiro livro do dearest Clodie Vasli. Foi o maior presente que pude receber nestes dias tão ensolarados, repletos de tensão – aquela vibe recompensa do cotidiano que de vez em quando te sufoca e não deixa respirar.

Mas eis que me deparo com um embrulho que me enche de emoção. A expectativa de receber diretamente de Nottingham, na Inglaterra, os escritos de um grande amigo. Clodie é o que eu poderia descrever em simples palavras de extrema cumplicidade (mas com sentimentos genuínos) como um grande talento. Ele é coragem, é sabedoria que supera a banalidade de nossos dias. É mais que um orgulho tê-lo como amigo-talento, mesmo com a nossa distância de corpos: ele na Europa e eu no meu mundinho.

De Passagem é nome do livro. Trata-se de uma coletânea de crônicas, contos e fragmentos publicados em jornais, revistas e sites da internet. Foram escritos entre 2002 e 2012 em Porto Alegre, São Paulo e Londres. 

Com o livro em mãos, não pude resistir e o li de uma vez só. A emoção foi tão grande que logo no primeiro texto, A Carta, não pude conter as lágrimas. Mas o que se torna mais válido na literatura de Clodie é a simplicidade que em momento algum se torna frívola. Ele é conciso, direto, não perde tempo, e por trás de cada palavra há a vastidão de ideias e sensações que poucos são capazes de transmitir. 


De hoje em diante encaro o livro como um amuleto da sorte. Sempre o carregarei comigo na bolsa como uma espécie de guru da modernidade. A verdade é que essa obra é um leque de sensações que nos acompanham no decorrer da vida, e mesmo vítima do mundo e de suas pedras, Clodie jamais se rende. Suas palavras atraem conforto, uma sensação de autoajuda transmutada num piece of work vasto.

De Passagem nada mais é que a exuberância que faltava em 2013. É incrível, mas como se não bastasse, o livro vem embalado carinhosamente com colagens. É obra de arte versus obra de arte versus obra de arte. Nessa delicadeza também gráfica, Clodie consegue transformar o livro numa extensão nós. O meu, por exemplo, veio com a Kate Moss estampada em papel de presente arrancado de uma revista de moda. Além da lindíssima dedicatória, ganhei um cartão-postal da Vírginia Woolf como plus.

Mais uma vez eu me rendi à amizade, ao talento, ao senso de cumplicidade que nenhum dinheiro pode comprar. O mais bonito é saber que eles, o livro e o autor, fazem parte da minha história – e nós somos combustíveis para tanta inspiração.

* * *

Você pode comprar o livro em dólar (já que a editora é de fora) aqui. Ou se prefereir, pode entrar em contato com o próprio autor e adquirir um exemplar por um preço bem mais em conta aqui.

6 comentários:

  1. mas isso foi quase um publipost! rs!
    adorei a sua dedicação em escrever sobre a obra do seu amigo, e fiquei curioséeerrima sobre a embalagem. como assim colagens? eu adorei essa idéia!
    boa sorte ao seu amigo, ser escritor nesse mundo não é fácil, mas ele começou bem: publicando um livro!
    xox

    ResponderExcluir
  2. uma indicação sua é quase uma ordem. já entrou na minha wishlist <3

    ;*

    ResponderExcluir
  3. A relação entre leitor e livro, quando possui tamanha cumplicidade, é como uma nova obra de arte. E brindada pela amizade, então, é um obra das mais belas.

    ResponderExcluir
  4. Gosto muito de contos. As vezes me mais que de um romance.
    Sei como é essa expectativa toda por causa de um livro. Uma delícia.

    ResponderExcluir