Vou transformar este espaço num diário & co. Acredite quem quiser, chegou a hora; eu: o amante dos diários. E vou misturar verdades pessoais com códigos e regras da amarelinha, enquanto novos ventos surgem e eu possa então dar início aos planos – pois não há nada mais libertador e clichê do que encarar o ano que se aproxima com táticas de sobrevivência, pois é preciso.
2011 foi a vingança que não deu certo. O ano em que amizades foram consolidadas. Perdi o controle em alguns momentos, mas tudo foi parte de um processo que ainda não chegou ao fim, pois o fim e o tempo são regras impostas por nós, homens tolos, com os corações em fragalhos. Fingimos que tudo está ok quando na verdade o que está ao nosso alcance é uma rota de fuga.
E eu fugi, me embebedei, sofri horrores, dei boas risadas e estou aqui, na sexta-feira negra, enigmática. Sexta que é um convite à dança, aos drinks, ao fuzuê dos jovenzinhos deslumbrados.
Cansado, após um dia intenso de trabalho e a notícia de que uma pessoa morreu num acidente de trânsito. Um conhecido que eu vi pela última vez há dois dias. Um rapaz jovem, bonito, calado, motoqueiro atropelado por um caminhão e que hoje está sem vida. E as pessoas morrem. E existe a morte. E por uma questão de segundo deixamos de existir, deixamos pra trás uma história que, enquanto viva, deve ser escrita, aproveitada, engolida ao máximo – somos isso até que o próximo minuto nos alcance.
Desmarquei encontro com J. por causa de amenidades, exaustão. Me convidaram para curtir o sol de sábado na praia. O sábado é o meu dia favorito da semana, no sábado tudo é azul, brilhante, nítido, é a cor da felicidade. Mas por eu não ser uma pessoa de praia, também recusei o convite de pessoas mais que queridas. Me contentarei com seus sorrisos nas fotos e seus bronzes a ofuscar minha indisposição de preguiçoso em pleno day off.
Há poucos minutos, numa conversa com J. por telefone, nos deparamos com aquele ditado-batata que é a mais pura verdade: “o que é do homem o bicho não come”.
Você está aí, eu estou aqui, cada um com a sua história, cada um com o seu pingo de sensibilidade no coração. - Por Antônio LaCarne
sexta, 12 de dezembro de 2011
Boaa noite...e assim, seguimos cada qual seu caminho, por entre flores e espinhos, sempre tentando tirar as pedras que surgem em nossas estradas, estressadas, cansada e apagadas...mas então, eis a morte, linda e provocante chega de mansinho e nos leva para outra dimensão...Adorei teu jeito novo de escrever e me empolguei, desculpe...abraços
ResponderExcluirBom dia amigo
ResponderExcluirÉ sempre tempo de aprender e reparar danos feitos em nós ou nos outros. Basta querermos reiniciar uma vida melhor e mais saudável.
De um momento para o outro estamos do lado de lá e onde nada podemos fazer nem construir.
Nesses momentos, quando vêmos os nossos amigos partirem, apodera-se de nós a dor e a incapacidade de resolver alguma coisa, mas depois é tempo de fazer o balanço e seguir um rumo mais humano, mais pacífico e cordato.
bravo. bravíccimo! assim mesmo, com 2 "cês"!
ResponderExcluir"E eu fugi, me embebedei, sofri horrores, dei boas risadas e estou aqui, na sexta-feira negra, enigmática" Ficou maravilhoso.Te amo.
ResponderExcluirJoana Rosa K
"cada um com a sua história, cada um com o seu pingo de sensibilidade no coração."
ResponderExcluirÀs vezes um pingo que vale mais que uma enxurrada.
ResponderExcluirBelo texto amigo.
Abraços e muita paz pra ti.
Furtado.
Sabes acolher com tuas palavras. Por um momento me senti parte disso que vives e do que viveu.
ResponderExcluirSou mega a favor de diários tbm.
ResponderExcluirsweetie, sweetie lord.
ResponderExcluir